De uns tempos para cá, sou partidário das ações e promoções que respeitam o consumidor pelo seu perfil. E quando menciono perfil não são apenas as questões relacionadas ao gosto entre um sedã e um hatch, por exemplo.
Em um país como o Brasil, não dá mais para tratar o consumidor das regiões Norte e Nordeste como se ele fosse paulista, carioca ou mineiro. Aqui, vendem-se mais modelos compactos, como o Mille, Celta e Gol. Porém, é cada vez maior a comercialização de picapes, utilitários e carros de luxo, especialmente os das marcas Audi, BMW, Mercedes-Benz, Land Rover, Volvo e Jaguar.
Segundo dados do Banco Central, a economia do Nordeste é promissora. Nos últimos quatro anos, São Paulo registrou 15% a mais na venda de carros novos. Por outro lado, o mercado brasileiro teve salto de 42%, de 2,33 milhões de unidades em 2007 para 3,3 milhões no ano passado. Neste período, Salvador e Recife cresceram mais de 50%. Em Teresina, o avanço das vendas foi de 74%. João Pessoa e Aracaju registraram 49% e 47% a mais, respectivamente.
Juntas, as seis capitais licenciaram quase 230 mil veículos em 2010. Basta analisar os números da Fenabrave para perceber que São Paulo comercializou 375 mil unidades, e que sua participação no bolo total caiu de 14% em 2007 para 11% no ano passado. Por isso, é que há uma corrida das marcas premium para o mercado nordestino. Empresários com fome pelos bons lucros já anunciaram seus planos de abrir revendas por aqui.
Hoje, o Brasil é a bola da vez para as empresas do setor automotivo. Junto com China, Rússia e Índia, estamos ditando as vendas de carros. Da mesma forma, os estados nordestinos e nortistas começam a ganhar um volume maior de vendas de carros e, especialmente, de motocicletas. Por isso, defendo ações regionais, como a de enviar mais modelos esportivos, descapotáveis e compactos nas cores vermelha e amarela para os estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
A monocromia, por sua vez, é outro mal da indústria automotiva, e não se pode dizer que o consumidor é quem escolhe um veículo prata, preto ou cinza. Pequisa feita pela Dupont aponta que oito em cada dez carros saem pintados das montadoras nas cores prata, preto, cinza e branco. A predomnância, no entanto, é mais uma imposição industrial do que mesmo o real gosto do consumidor. Não acredito que em um país tropical a preferência seja por cores mais sóbrias. Basta olhar no vestuário e nas tonalidades das casas.
No Norte e Nordeste do Brasil, o sonho do carro zero ainda está no imaginário de muitos. Com o poder aquisitivo em alta e investimentos de infraestrutura, o dinheiro circula mais pelas bandas de cá, e as facilidades do financiamento deixam o sonho do carro zero bem mais real na vida de nortistas e nordestinos.
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