Imagine comprar um carro vindo do México com um belo pacote de equipamentos de série pelo preço de um veículo sem nenhum tipo de “mimo” só porque ele é produzido no Brasil. É o que está ocorrendo quando o brasileiro escolhe um Nissan March, por exemplo, em detrimento de um Volkswagen Gol.
Mas, o que está por trás de uma situação tão exdrúxula como a que a indústria brasileira está passando atualmente?
O Brasil hoje é uma potência da indústria automotiva mundial. Em 2011, ficamos atrás apenas da China, Estados Unidos e do Japão na venda de carros. Levantamento feito pela filial brasileira da consultoria Jato Dynamics aponta que houve um crescimento de 2,9% nas vendas de carros novos em relação a 2010. A China lidera a lista, com mais de 14 milhões de veículos comercializados e com alta de 7%. Na sequência, estão os Estados Unidos, que conseguiram o volume de vendas em 10,3%, e o Japão, que teve uma redução de 15,2% das suas vendas em decorrência do tsunami no país.
Mas, o Brasil cresce e, infelizmente, ainda são poucas as fabricantes que possuem plantas de produção de veículos no País. Mas, isso vai mudar. Porém, só a partir do segundo semestre deste ano, com a inauguração das fábricas da Toyota e da Hyundai, no interior de São Paulo. Entre 2013 e 2016, outras montadoras de veículos irão se instalar, ampliar suas fábricas ou investir em novas plantas de produção de veículos.
O mercado crescente tem gerado um interesse enorme da indústria automotiva. Nos últimos seis meses, o governo brasileiro decidiu endurecer as normas, especialmente contra as marcas de carros importados e em favor da indústria nacional. Agora, quem deseja “sua fatia” no já promissor mercado brasileiro terá que produzir por aqui ou “nacionalizar” em 65% os veículos vendidos no Brasil.
Nas últimas negociações para rever o acordo comercial entre México e Brasil – que oferece imposto zero na alíquota de importação de veículos vindos de lá para cá -, não houve quase nenhum avanço. No noticiário da grande imprensa, o governo do presidente Felipe Calderón anunciou que requer 30% de conteúdo mexicano nos veículos produzidos em seu país. Já os representantes de Dilma seguram o argumento de aumentar em 30 pontos porcentuais o IPI de automóveis que não detenham 65% de conteúdo nacional ou regional.
Ou seja, o Nissan March, que já caiu no gosto do brasileiro e elevou as vendas da montadora japonesa que produz seus carros no México, pode sofrer um aumento bem significativo no seu preço competitivo.
Concordo com o governo brasileiro em estimular a produção de carros no País. Não é à toa que marcas como a Nissan, Toyota, Hyundai e chinesas como a JAC Motors, que vai se instalar em Camaçari ao lado da Ford, estão correndo contra o tempo para iniciar logo a produção de seus carros aqui no Brasil. De multinacionais, elas querem produzir carros para o consumidor brasileiro, que tem ficado cada vez mais exigente na hora de escolher o seu veículo.